MAIS CORAGEM DE ACERTAR DO QUE MEDO DE ERRAR

Por Guilherme Gimenez (prgimenez@prgimenez.net)

Um dos melhores livros que li nesse final de ano foi A Coragem Para Liderar de Brené Brown (Editora Best Seller. 2019). Poderia citar vários aspectos do livro, mas prefiro repetir uma frase que me marcou logo no início da leitura: “precisamos de líderes mais destemidos e culturas mais corajosas” (Página 24). Ao ler isso minha mente ferveu em ideias. Comecei a pensar nos desdobramentos de uma cultura de coragem e de um perfil de liderança destemido. E, entre uma ideia e outra, construí minha própria frase, como que um resumo das ideias que iam vindo: “Para ser um líder destemido eu preciso incentivar uma cultura nova onde tentativa e erro sejam permitidos a partir de mim mesmo”. Para mim a coragem de liderar esbarra exatamente nisso: tentativa e erro. Confesso que muitas vezes eu desisti de algum projeto por medo de tentar e errar. Aliás, o medo de errar sempre foi um entrave para mim, talvez porque na escola antiga de administração fui advertido que um líder não pode errar. Que ao errar um líder perde a credibilidade. Que um pequeno erro pode inviabilizar uma carreira toda. Realmente esse foi um pensamento que dominou uma geração de líderes. E, pensando dessa forma, muitas tentativas foram deixadas de lado porque a possibilidade do erro era grande…, mas a do acerto também. Com medo de errar não tentávamos o acerto.

              Já tem um tempo que mudei radicalmente meu pensamento sobre tentativa e erro. Na verdade, comecei a tentar mais, e com isso errei mais também, mas também acertei mais. A tentativa se tornou para mim uma representação corajosa de quem deseja acertar mais do que tem medo de fracassar. E é exatamente essa a cultura que creio devemos incentivar em nossas comunidades, organizações e equipes. O medo do erro deve ser menor do que a coragem do acerto. Quanto mais temor de errar, menos tentativas. Quanto mais coragem de acertar, mais tentativas. Uma cultura que aceita tentativas deverá criar um ambiente onde não haja um massacre psicológico sobre quem tentou e errou, mas sim um incentivo e avaliação honesta que leve as pessoas a aprenderem com seus erros e tentarem de novo.  

              Ser um líder destemido é ter a coragem de tentar querendo muito acertar. É ter a coragem de perseguir o acerto, ainda que ele demande uma série de tentativas e algumas delas que resultarão em fracasso. É ter a coragem de avaliar, crescer nos erros e finalmente chegar até aos acertos. Que a coragem do acerto nos faça seguir em frente mesmo quando o fracasso chegar e que nele tenhamos apenas a reflexão necessária para corrigir o que for necessário e tentar de novo até o acerto!

Guilherme de Amorim Avilla Gimenez – 14/11/2019

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