Li a pouco tempo um artigo sobre mudanças de cenários para implantação de projetos. Em certo ponto o texto fala sobre a grande dificuldade que as pessoas têm em alterar o seu status quo. E aí me veio o questionamento: – Será que todas as pessoas sabem o que significa status quo? Penso que não. São poucos que sabem que essa expressão latina significa “o estado das coisas e é a forma reduzida da frase “in statu quo res erant ante bellum“, que pode ser traduzida como “no estado em que as coisas estavam antes da guerra”. Seu uso vem de 1700 D.C. e em nossos dias passou a ser usada simplesmente para se referir ao estado atual das coisas. Mudar o status quo é mudar a realidade atual. E, como tal expressão surgiu em um contexto de guerra, podemos imaginar que sua origem está relacionada com a dificuldade da mudança e como ela exige empenho e dedicação. Em alguns momentos mudar é uma “guerra.” Mas não uma ‘guerra’ com o outro e sim consigo mesmo. Alterar o status quo é alterar o nosso estado pessoal, a nossa condição e a situação na qual nos encontramos, seja por nossa iniciativa ou por outro. Essa ‘guerra’ produz ferimentos que doem bastante, afinal, a mudança sempre é acompanhada de dor (DRUCKER. As Fronteiras da Administração). Por quê? Porque mudança é rompimento, e nesse caso consigo mesmo. Mudança é movimento, e nesse caso, mover a si mesmo. Mudança é aprendizado pessoal, e nesse caso, nós é que teremos que aprender. Mudar o status quo é entrar na zona de guerra da própria mente e desafiar-se, movimentar-se, romper com suas próprias barreiras e finalmente aprender a viver em um ambiente novo dentro da própria mente. Tentar mudar sem sofrer é impossível. Alterar o status quo sem desconforto é algo que não existe. A única maneira de não sofrer é não mudar. A única maneira de não entrar nessa guerra pessoal é permanecer no mesmo lugar, condição e estado. Quer mudanças? Então encare o sofrimento. E, se você não quiser mudanças, ainda assim será obrigado a mudar, sabe por quê? Porque o mundo está mudando e manter o status quo gerará um outro tipo de sofrimento muito maior: o de ficar alheio às mudanças, o de ser esquecido, o de perder oportunidades, o de limitar seu próprio potencial e por aí vai. Mude seu status quo. O sofrimento envolvido nisso será transformado em experiências incríveis que valerão a pena.
Guilherme de Amorim Ávilla Gimenez
prgimenez@prgimenez.net
Dezembro de 2019